Quarentena e suas consequências
Este
relato de diário de quarentena tem por finalidade, manter minha sanidade e
reativar meus neurônios pensantes. Creio que desde muito antes da quarentena,
ficaram empertigados de beleza e esqueceram-se de como pensar. Fato é, que em
debates, eu "ganhava" com frequência e eloquência frente a muitos que
me contestavam, porém, tal fato se deu mais a intuição do que ao pensar.
Então
vamos aos fatos, no início deste período de reclusão, ou quarentena, em que se
encontra a humanidade, além da pandemia aterrorizante, eu priorizei viver na quaresma e curtindo o meu deserto em busca de cura das tentações diárias. Acontece que eu surtei devido ao meu
maior medo escondido em meu subconsciente: DOENÇA!!! É, eu tenho medo de ficar
doente, seja mental, física ou espiritualmente. E por isso eu busco amenizar
esta dor comendo, dançando, rezando e conversando, contudo, minha reação ao COVID-19 foi extrema e me vi pensando em vários filmes
de terror: Zumbilândia (OK, é comédia!), Resident Evil, Parasite Eve (OK, são 2
jogos), e Anarquia – uma noite de horror (finalmente!). E de verdade, o que
mais me assombrou foi a dúvida cruel se o Brasil conseguiria passar por esta
fatalidade sem haver tantas assombrações e tantos medos...
Medo da fome, assolar milhares de
brasileiros que não tem onde morar, largados ao léu, sobrevivendo de lixões e
restos, restos e lixões. É uma realidade que em minha rotina confortável eu não
penso muito, afinal, o ser humano tem um limite de exposição diária que cresce
com as redes sociais em que EU sou importante e prioridade, e se não fossem por
várias ONGs e os direitos humanos; sinceramente...
Medo da violência, mas esta estou um
pouco acostumada a observar distante. O medo é dela se aproximar
demasiadamente, com desrespeito e surras, com roubos e assaltos livremente, do tipo em que as pessoas
entram em nossa residência na cara de pau e pegam o que querem e por achar que
podem, destroem o que se tem por não terem também, Daí entra a isonomia e
igualdade: se eu não tenho, tu também não
terás. Mas até aqui, está tranquilo, porém, e se esta violência avançar
para o ódio gratuito, e o lado humano for ainda mais esquecido e deturpado e
por conta da sua classe, sua etnia e raça, seu conhecimento ou apenas pela
forma como sua vida foi vivida, aquelas mesmas pessoas, decidem quem viverá ou
morrerá? Caso assim ocorra, não será tão diferente de grandes líderes mundiais
que pensou em seu povo acima de todos. Garantindo a subsistência de poucos
merecedores em detrimento de outras nações.
Medo da guerra, pois ao meu ver já
começou e espero apenas o desfecho. Percebo que a diferença social, aumentará
ainda mais. Países ou se ajudam ou criticam ou esperam o momento de dar uma
apunhalada nas costas. Economistas palpitando aqui e acolá, Presidente e
governadores em desentendimentos, esquerdistas e direitistas se alfinetando na
internet, população alienada contra a mídia que ataca ferozmente a tudo, e o
que importa mesmo, vai-se esvaindo nas mãos dos gananciosos.
E
então, vem a pergunta: Mas não há algo de
positivo nesta pandemia? Eu sugiro que seja a fé. Tão frágil e pequena, e imensamente poderosa, eficaz e positiva, além de ser a cura à loucura que vive esta sociedade e de quem vos escreve. Eis que postei um vídeo cerca de 1 mês atrás, sobre este medo, e depois, me acalmei. Encontrei uma força e uma paz interior que não durou muito. Daí me pus a refletir muito sobre minhas escolhas, os sonhos que esqueci e os que realizei, as metas alcançadas e superadas e as que ainda não atingi. Também estou iniciei uma nova fase dentro e fora de mim, e aconselho que todos façam esta reflexão: Passou a pandemia, acho que sobrevivi, que farei agora? Como de fato olhar para o próximo com um olhar mais próximo? E como não deixar que meu EU seja tão superior a ponto de me cegar para a vida e de que forma posso o ativar para o bem comum? Eu voltei a escrever e farei mais vídeos. A fé move montanhas e como conclusão, faço minha as palavras de Dalai
Lama:
“
- O que mais me surpreende na Humanidade são os homens... Porque perdem a saúde
para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por
pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam
por não viver nem o presente e nem o futuro. E vivem como se nunca fossem
morrer... E morrem como se nunca tivessem vivido. ”
Um
grande abraço fraterno e que Deus vos acompanhe hoje e sempre.
Kirstie Rittley Gryffindor
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