Racismo, preconceito ou desigualdade?

              Estranho pensar em como eu nunca havia imaginado sofrer bullying por ser "gordinha", preconceito por haver estudado em escolas públicas ou ainda ser vítima de preconceito por ser negra.
Apesar de eu mesma sentir dificuldade em classificar-me por cor, raça ou etnia, sinto-me antes de tudo: mulher, mãe, humana.
                Outro dia indo ao serviço, by bus, sentei-me ao lado de uma senhora de referida cor branca, meia idade, com seus óculos escuros estilo "vá à merda, pois eu sou mais do que você"; e então a ouvi dizer a uma conhecida em comum - Meu dia estava começando bem, agora não mais.
                Acreditando ser por conta do time da mulher, fiquei na minha e conversei com a colega homônima em comum entre nós. Depois de  uma manhã cansativa e com um caminho longo a percorrer; decidi me aproveitar do motorista coletivo e curtir aquela pestana. 
            Num dado momento, há uma curva - sim, sempre há aquela bendita curva!- e meu corpo desequilibra um pouco; em meu estado de letargia parcial, retorno a posição inicial e abro os olhos a tempo de ver a tal senhora levantando o braço em pânico e nojo pois eu havia roçado de leve em suas roupas.
                Oras... Este gesto me irritou profundamente. 
           Sou jovem, estudada, trabalhadora em busca de uma melhor colocação no mercado financeiro, contudo, isto não faz de mim uma pessoa leprosa, contagiosa ou color affecting*. 
               Ninguém padece de colorismo ou falta de. Eu amodoro minha cor e  a cor de minha família.
            Sou pretinha, meu marido é leitoso e minha filha café com leite. Meus pais também são assim e o nosso Brasil é formado por diferenças. Não incentivo, desaprovo ou provoco. Apenas reflito sobre como é ruim saber que somos classificados por cor, condição financeira ou qualquer outro motivo fútil. Uma amiga me disse certa vez que sou "aquela que ama demais e de forma desmedida, despretenciosa".
                Não entendo o porquê desta senhora ter agido e falado coisas estranhas. Pode parecer bobo, mas eu senti o que milhares de pessoas vivem em qualquer lugar do planeta.
              Sejamos deuses e não humanos. Vivamos com mais amor e menos receio das situações. Encaremos os problemas de frente e saibamos entender que:

As diferenças existem por razões óbvias e obscuras. Do contrário, não haveria escuridão e luz;
verde e maduro;
quente e frio;
novo e velho
ou
Claro e escuro.
Por isso, minha gente: Vamos seguir em rumo a multiplicidade.

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